“Interessa-me contribuir para salvar ou travar o turismo da sua própria industrialização”
3 minutos de leituraEntrevista a Joana Queiroz
Joana foi aluna da 1ª edição do Curso para Guias Locais promovido pela Associação Rota Vicentina e partilhou connosco o seu testemunho.
O que te trouxe até ao Curso para Guias Locais da Rota Vicentina?
A oportunidade única para imergir neste território e descobrir mais sobre as pessoas, os seus costumes, as suas estórias, as suas relações com os lugares. À semelhança de um jornalista, interessam-me as curiosidades e as particularidades da região, não para escrever sobre ela mas para bem receber e me tornar numa anfitriã capaz de partilhar, cuidar e valorizar o precioso legado cultural e natural que aqui encontramos. Uma outra razão que me trouxe a este curso, e não menos importante, foi a possibilidade de conhecer o trabalho e a equipa da RV mais de perto, bem como todo o seu universo de associados e parceiros. Desenvolver um sentido de pertença e apurar os princípios orientadores para um percurso profissional construtivo para e entre todos – natureza, comunidade, tecido económico e visitantes.
Qual o conceito que mais te marcou ao longo desta iniciativa?
Foi aquele que desde o início me despertou interesse pelo trabalho da RV: o conceito de Responsabilidade Ética no Turismo. Sendo um conceito dinâmico e que resulta de um processo de reflexão contínuo, é para mim a matéria principal e que orienta as minhas escolhas. Interessa-me contribuir para “salvar” ou “travar” o turismo da sua própria industrialização e esvaziamento ético e restaurar os valores da hospitalidade. Acredito que o privilégio do Turismo e os seus lucros podem ser usados de forma virtuosa, até mesmo para causas tão nobres quanto a mediação para a paz ou a defesa e protecção dos ecossistemas. O “encontro”, circunstância subjacente ao Turismo, abre a porta da transformação interior, uma condição preliminar às transformações que queremos ver no mundo.
Como vês este grupo de guias locais daqui a 5 anos?
Vejo-nos como uma grande família, de sorriso rasgado na cara, cheios de saúde e com um rol de amigos em todo o mundo! Talvez não sejamos ricos, mas seremos ricas pessoas, com uma teia de afectos e cumplicidades espalhados pela nossa comunidade e um álbum de recordações cheio das alegrias que proporcionámos aqueles com quem nos cruzámos por esses trilhos fora.
Uma frase que defina o teu percurso pelo Curso para Guias Locais da Rota Vicentina?
Obrigada à equipa da RV, formadores e colegas de curso, por me mostrarem que aqui há lugar para ser eu própria, para sonhar e co-criar um mundo sempre melhor!