Renaturalizar a paisagem: a missão da Associação Rewilding Sudoeste
6 minutos de leitura"Transformar uma paisagem num estado mais selvagem através de ações que fomentam a renaturalização" - isto significa rewilding.
E Rewilding Sudoeste é o nome de nova associação que nasceu em Aljezur. Mas porquê rewilding no Sudoeste de Portugal? É o que vamos aprender neste artigo.

O Sudoeste de Portugal carateriza-se por uma biodiversidade excecional e única, uma costa idílica e na sua generalidade, como um território de baixa densidade populacional. Simultaneamente, este território apresenta-se com muitas propriedades de relativas grandes dimensões que permitem a persistência de extensas florestas de espécies autóctones nas mesmas.
Considerando o potencial contributo do Sudoeste de Portugal no combate às alterações climáticas, esta região permanece como um hotspot de biodiversidade onde a indústria é praticamente inexistente, com a exceção da agro-indústria que tem vindo a colocar em causa muitos destes valores nos últimos anos, sobretudo na costa alentejana.
A população residente apresenta condições e condicionantes bem diferentes das populações das grandes cidades, com dificuldades de acesso a transportes públicos, serviços públicos, etc.
O que se pode fazer no Sudoeste?
Nesta região de baixa densidade populacional, a maioria das pessoas vive em casa própria e muitas delas têm terrenos com vários hectares. Considerando, que os próprios terrenos podem ser um dos meios de contribuir para o combate às alterações climáticas, esta região apresenta um potencial gigantesco.

Nestas situações, o conceito de rewilding pode oferecer uma resposta interessante e funcional. Rewilding implica permitir que mais processos ecológicos se desenvolvam num determinado local. De acordo com recentes estudos, deixar a natureza agir em nome próprio, permite que a paisagem se torne mais natural, mais biodiversa e que desenvolva uma maior resiliência às alterações climáticas, enquanto simultaneamente se promove as suas capacidades de retenção de carbono. Assim, consegue-se também um aumento nos serviços sociais e de bem-estar que estas zonas podem oferecer. Facilmente se conclui que os resultados são uma mais-valia para todos. Importa então, preservar e promover esta biodiversidade. Ao atuar enquanto rewilder, permite-se que a biodiversidade se instale naturalmente e gratuitamente.
Uma paisagem mais diversa, rica em biodiversidade, proporciona também uma atratividade que cada vez mais é procurada por turistas de todo o mundo. Esta região de Portugal tornou-se um perfeito exemplo de como um turismo de natureza sustentável, se torna cada vez mais procurado, e assim assume um enorme impacto económico positivo para a região. Quem procura este tipo de paisagem para passar férias, procura belas paisagens e natureza, em particular a paisagem natural!
Ou seja, o rewilding pode ser a oportunidade de muitos dos proprietários do Sudoeste de Portugal contribuírem ativamente no combate às alterações climáticas e na procura de um futuro mais sustentável.
A associação RWSW Rewilding Sudoeste procura combater a perda de biodiversidade e fazer face às alterações climáticas através do uso de métodos de rewilding, favorecendo assim o desenvolvimento da floresta autóctone da região que se encontram em estado natural climácico.

Porquê tornar-se sócio da RWSW Rewilding Sudoeste?
Combate da perde de biodiversidade!
O SW de Portugal é um conhecido hotspot de biodiversidade. Na Associação Rewilding Sudoeste reunimos todos os esforços para manter e preservar a biodiversidade na região e junto com ela a beleza natural da Costa Vicentina. A natureza precisa de mais aliados!
Combate às alterações climáticas
O Sudoeste de Portugal oferece condições ideais para o crescimento de florestas autóctones. A associação RWSW Rewilding Sudoeste defende que as florestas autóctones são a resposta certa para o Sudoeste de Portugal fazer face às alterações climáticas, enquanto sumidouros de CO2, barreiras para os fogos florestais, produção de oxigénio e na manutenção da biodiversidade. Neste contexto, os proprietários de grandes terrenos no sudoeste de Portugal, podem desempenhar um papel importante no fornecimento de uma enorme panóplia de serviços dos ecossistemas. A tua participação conta!
São precisas mais florestas autóctones!
Para conseguir fazer face aos desafios que se avizinham, precisamos de preservar e ampliar as florestas naturais, esses são os grandes polos de biodiversidade e os maiores sumidouros de CO2. Ou seja, precisamos de mais florestas autóctones, capazes de desempenhar estes papéis em sua plena funcionalidade, a garantir o nosso futuro no Sudoeste.
Participem!
A associação RWSW Rewilding Sudoeste oferece um programa mensal diverso em ações, como acções de voluntariado, passeios guiados, seminários e workshops. Para além disso, fornece e partilha conhecimento científico sobre a floresta e gestão da mesma, enquanto apoia os seus associados nos processos de rewilding.

Os projetos mais emblemáticos da Associação RWSW Rewilding Sudoeste:
- Área Protegida Privada Vale das Amoreiras APPVA como um dos frutos do trabalho da RWSW.
- Projeto de Mapeamento de florestas autóctone em Aljezur e atualmente Odemira, no intuito de reconhecer e preservar essas relíquias preciosas.
- Zimbral for LIFE – o programa de 6 anos de conservação e melhoramento do habitat dos zimbrais do Rogil em que a RWSW Rewilding Sudoeste é parceira.

As fotografias são de um projeto de rewilding, neste caso um restauro ecológico de um pinhal abandonado, desenvolvido pela equipa da Pro Nativa num terreno que pertence a dois membros da RWSW. Este grupo de jovens “rewilders” partilha membros em comum com a RWSW, em particular Jack Golds, membro fundador de ambos. As fotos são de Pedro Galvão, membro da Pro Nativa e fotógrafo profissional com nome de My Smooth Vision (Instagram).
A RWSW Rewilding Sudoeste – Associação de desenvolvimento da natureza e ambiente é uma associação sem fins lucrativos, constituída no ano de 2021, em Aljezur.